Vou mandar-te de presente – como indirectamente me sugeriste - As 48 Leis Do Poder cujo autor não tenho em mente, talvez assim entendas um pouco a contrariedade que viste em minhas palavras, em relação a discussão sobre como o poder vai se exercendo e adquirindo aqui na terrinha, um pouco aquém de Maquiavel. [ assim quem sabe perpetúo o poder que tenho sobre ti ( perdoa!!) ]
Com o poder e pelo poder as pessoas deixam de ser elas mesmo e assumem novas identidades moldadas pela forma do poder e deixam tudo agir em volta do novo status. Falar dos nossos MAGNATAS DO PODER, é extrapolar o campo politico e considerar também o poder que se exerce e se adquire no quotidiano.
O poder os obriga a andar de fato e gravata dia e noite, em cerimonias oficias e em encontros informais, mesmo com a nossa Luanda 38º (bem vindo cacimbo!)
Nessa matéria dou meu voto aquele jornalista do “voto na matéria” e um ponto para aquele professor universitário que descobriu o homos angolensis suficientis, estes dois desfilam sem nenhum problema seus bibes africanos, negando-se quase sempre ao casaco e a gravata.
Nessa matéria dou meu voto aquele jornalista do “voto na matéria” e um ponto para aquele professor universitário que descobriu o homos angolensis suficientis, estes dois desfilam sem nenhum problema seus bibes africanos, negando-se quase sempre ao casaco e a gravata.
Para os magnatas do poder de minha terra é muito normal neles alterar a forma de se relacionar com o outro: facilmente respondem há um caloroso “olá há quanto tempo!” de um velho colega, por um frio “de quem se trata?”. Isso para não falar do aparentemente despropositado “De onde nos conhecemos?”
É de rir: um destes magnatas da nossa terra foi barrado a entrada de uma sala de conferências, quando querendo fazer-se valer do seu poder quis transgredir aos procedimentos normais de entrada, de nada ou quase nada lhe serviu o “sabes quem sou?” Naquela conferência valiam as regras pré estabelecidas e não o poder revestido de gravatas!
Mais grave que isso, é a servidão voluntária dos lambe botas do poder, dispostos a qualquer sacrifício para sustentar a proximidade ao poder e no intimo o desejo profundo de um dia serem o próprio poder.
Mais grave que isso, é a servidão voluntária dos lambe botas do poder, dispostos a qualquer sacrifício para sustentar a proximidade ao poder e no intimo o desejo profundo de um dia serem o próprio poder.
Outra grande característica dos magnatas do poder é o pacto do auto-engano, não se deixam criticar e quando o permitem, fazem-no de maneira tão hipócrita, que o sincero que o fizer corre o risco de torna-se então, inimigo mortal do poder - esqueceram do que leram (se leram!) de Santo Agostinho: "Prefiro os que me criticam, porque me corrigem, aos que me elogiam, porque me corrompem" –
O importante não é ter poder, é saber usa-lo, assim escreveu Foucault: como tal o poder não existe, existem sim relações práticas de poder!
O importante não é ter poder, é saber usa-lo, assim escreveu Foucault: como tal o poder não existe, existem sim relações práticas de poder!
Vou mandar-te amanhã cedo as 48 leis do poder, e considere-o sua -antecipada- prenda de aniversário.
Até breve.
1 comentário:
Mandaste-me a prenda, adorei, muito joia, mas não me falaste do blog, descobri-o por conta própria, menina talentosa, siga em frente!
L.Araújo
Enviar um comentário