Amantes ainda jemiam nos leitos
E os sós em sono refaziam sonhos
Gotas silenciosas envenenaram os tetos
E o céu tingiu-se de cinza e revolta
Descortina-se uma Luanda adormecida
Onde as águas fazem o verde mais verde
E ao povo dos subúrbios trazem o amargo fel
Uns se afogam outros se esvaíram
Enquanto isso de seus casulos
Despertam as poderosas gravatas
Rumo a honra que cede lugar a esperteza
Em nome do povo que jaz nas enchentes
Gotas silenciosas envenenam o chão
E o desfile das gravatas continua
Mas nenhuma delas tem lágrimas para derramar
Elas se deleitam em sua esperteza
Lágrimas derramadas têm os meninos
Que de olhar distante, das águas curtem a força
Lágrimas sugadas pelas lembranças
Do que ontem foi seu habitat
Gotas insistem em doloroso veneno
Sós e amantes juntam-se aos meninos
E vivem o prelúdio de morte anunciada
Gotas são peste fome e mais miséria
E da esperteza das gravatas o alimento
3 comentários:
Tua poesia é suave e deve ser linda como quem a escreve. Quero desde já colocar-me à disposição para quando decidires escrever o livro eu possa colocar a minha profissão ao teu serviço. Sou designer e entre outras coisas faço também paginação e capas de livros, como fiz já o das Niki Menezes, Xosé Lois Garcia, João Melo, a sétima edição do Sagrada Esperança de Agostinho Neto ou o livro de Miller Gomes técnico de futebol além de dois livros sobre Direito.
Parabéns e vê se avanças com a publicação. Parabéns. Volto...
tu quieres poner una poesia in nuestro blog?
http://manflinas1.blogspot.com
escribe una mail
Ciao
Manfred
Edson obrigada pelo incentivo e pela disponiblidade, vi algns dos trabalhos que te referes e estão aceitaveis. Receba meu "claro abraço" (perdoe o plágio) rssssss
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