Mãos cansadas e delicadas
Remendam as velhas sandálias
Conhecedoras intimas das areias e do asfalto
Sem rumo definido, silenciosa caminha
Para si, sai em busca de pão
Água e alguma esperança
Entre a calçada e o asfalto, de costas á areia,
Divide longos e apressados passos
Em pensamentos revive o tempo
Em que esperançosa sonhou e lutou
Por dias melhores para os seus
Mas a pátria roubou-lhe o sonho
Um a um viu os seus partir
Podendo por eles, nem ao menos chorar
Alguns deles resistiram ao novo tempo
Mas, entregues ao álcool e a frustração
Também deixaram-na só…
Um após outro entregou-os à terra
Solicita, dos costumeiros panos pretos desfez-se
Negando-se a ser vitrine da dor !
Hoje, anos depois
Nos pés e na alma, feridas afloram trémulas
E ao tempo suplicam cura
De encontro ao Kinaxixi esquece o velho balaio
Serena embala seus panos e do mar distante
Curte o frescor desolador
E em jeito de súplica, a Deus pede um novo tempo
O tempo do eterno descanso.
4 comentários:
Parabéns. Adorei esse poema. Actual e de certeza q será duradouro.
Vou adicionar o seu blog nos meus favoritos e assim passar a ler sempre. entretanto peço-lhe q passe pelo meu e deixe tb o seus comentário.
http://edsonmacedo.zip.net
E uma vez mais felicidades e muita saúde para que volte sempre para me dar aulas.
Só esqueceram de avisá-la que ela era a pátria.
Um abraço.
Este poema é lindo demais Anna, parabéns e votos de imensa inspiração!
Kandandos;)
Bonito e profundo!!!
Parabens.
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