quinta-feira, maio 24, 2007

NÓS E O NOSSO PETRÓLEO


O petróleo é nosso e a Sonangol também! como a praça é do povo e o céu é da andorinha.
(Qualquer semlhança com Castro LAves é "mera conscidência")


- Alô, Fala ai amiga, daqui é a Muiny das Europas!! como está a Banda?
- Olá ah quanto tempo!!!
- Nem posso falar muito amiga, diz-me: é verdade que a Sonangol vai ser privatizada?
- Que eu saiba não
- Epá estão aqui a dizer que vai as mãos de empresas estrangeiras
- Humm, o que sei é que abriu-se sim o país para o capital estrangeiro (isso não é de hoje) para a exploração do petróleo em águas profundas, (ultra profundas) afinal não temos capital nem tecnologia.- ah
- Olha fica tranquila ainda vale aquela lei Lei n.º13/78, de 26 de Agosto:
- Epá menos mal e ainda por cima o nossa Cabinda dá-se o luxo de variar em patamares acima do WTI- Ahahhaa, Já estás com “economes”??? Olha vou bazar, é que mal consegui dormir com essa da privatização da “Sona”
- Fique tranquila: O petróleo é nosso e a Sonangol também Do mesmo que a praça é do povo e o céu é da andorinha
-Epa fixe, ligo-te um outro dia!

sexta-feira, maio 18, 2007

CARO DIRECTOR



Caro Director, como de costume o garoto trouxe-me o jornal, dei-lhe KZ 500 e não me deu o troco – uma bela maneira de perpetuar nossa relação de compra e venda. Senhor Director, não é sobre o vendedor que desejo falar, é sobre o seu jornal, por sinal o único diário da capital, do país. Director não podia deixar de transmitir-lhe minha felicidade em relação a inovação de hoje: o Caderno Economia & Finanças, parabéns director, isso deveria acontecer há muito - afinal é assim em quase todos os grandes diários do mundo (o nosso JA é grande meu director!) – cansava-nos já aquela pequena página de economia, quase sempre trazendo mesmices: crescimento dos bancos, empresas telefónica, petrolíferas para variar um e outro lance da relação Angola-China (é o que está a dar!) e o sempre cantinho das taxas de cambio (de grande utilidade)
Director, não sei de quem foi a ideia inovadora, se sua ou do Editor, Parabéns! Apenas lamento o facto de não constar nenhum e-mail na ficha técnica, para eu poder então “emailar” minha satisfação e meu elogio! Meu caro director tive esperança de achar o e-mail do caderno na ficha técnica central, mas imagine: tem lá apenas um “e-mail centralizado” um tal de jornaldeangola@.... Director eu sou tão insistente e persistente que decidi ver o site do seu jornal: que surpresa meu caro director!!! Aquele envelopezinho de contacte-nos, escreva para nós, não funciona director!! Que tristeza meu director! Ah, eu ainda vi um tal de cartadoleitor@hot..., mas eu não pretendo reclamar dos buracos, da violência, da edel… eu queria somente fazer um elogio exclusivo ao seu editor quem com certeza não cabe em carta do leitor. Director, fiquei sinceramente sem alternativa e com uma grande pergunta: essa ausência de meios modernos que facilitem do contacto com o leitor é intencional? É um exercício voluntário de centralização e controle? Director eu prefiro que a resposta para todas as perguntas seja negativa, prefiro pensar que o JÁ ainda está a adaptar-se ao mundo da informação electrónica. Voltando ao caderno director, mais uma vez parabéns, tragam ao caderno as análises do admirável Alves da Rocha, e de outros pensologos da área, tragam estatísticas, números. Ah, antes que eu esqueça Director, são 16 folhas no caderno e 9 dedicadas a publicidade, (não será muito??) O JA já tem um sem número de classificados, necrologia, nosso caderno não precisava estar cheio disso novamente,!!! E uma última: a matéria sobre a queda livre do dólar é pontual, mas por favor não nos privem da tabela de câmbio. Bom fim de semana director! Ja que lhe não posso emailar, vou então blogar!

quarta-feira, maio 16, 2007

A MICROFISICA DOS (nosos) MAGNATAS DO PODER

Vou mandar-te de presente – como indirectamente me sugeriste - As 48 Leis Do Poder cujo autor não tenho em mente, talvez assim entendas um pouco a contrariedade que viste em minhas palavras, em relação a discussão sobre como o poder vai se exercendo e adquirindo aqui na terrinha, um pouco aquém de Maquiavel. [ assim quem sabe perpetúo o poder que tenho sobre ti ( perdoa!!) ]
Com o poder e pelo poder as pessoas deixam de ser elas mesmo e assumem novas identidades moldadas pela forma do poder e deixam tudo agir em volta do novo status. Falar dos nossos MAGNATAS DO PODER, é extrapolar o campo politico e considerar também o poder que se exerce e se adquire no quotidiano.
O poder os obriga a andar de fato e gravata dia e noite, em cerimonias oficias e em encontros informais, mesmo com a nossa Luanda 38º (bem vindo cacimbo!)
Nessa matéria dou meu voto aquele jornalista do “voto na matéria” e um ponto para aquele professor universitário que descobriu o homos angolensis suficientis, estes dois desfilam sem nenhum problema seus bibes africanos, negando-se quase sempre ao casaco e a gravata.
Para os magnatas do poder de minha terra é muito normal neles alterar a forma de se relacionar com o outro: facilmente respondem há um caloroso “olá há quanto tempo!” de um velho colega, por um frio “de quem se trata?”. Isso para não falar do aparentemente despropositado “De onde nos conhecemos?”
É de rir: um destes magnatas da nossa terra foi barrado a entrada de uma sala de conferências, quando querendo fazer-se valer do seu poder quis transgredir aos procedimentos normais de entrada, de nada ou quase nada lhe serviu o “sabes quem sou?” Naquela conferência valiam as regras pré estabelecidas e não o poder revestido de gravatas!

Mais grave que isso, é a servidão voluntária dos lambe botas do poder, dispostos a qualquer sacrifício para sustentar a proximidade ao poder e no intimo o desejo profundo de um dia serem o próprio poder.
Outra grande característica dos magnatas do poder é o pacto do auto-engano, não se deixam criticar e quando o permitem, fazem-no de maneira tão hipócrita, que o sincero que o fizer corre o risco de torna-se então, inimigo mortal do poder - esqueceram do que leram (se leram!) de Santo Agostinho: "Prefiro os que me criticam, porque me corrigem, aos que me elogiam, porque me corrompem"

O importante não é ter poder, é saber usa-lo, assim escreveu Foucault: como tal o poder não existe, existem sim relações práticas de poder!
Vou mandar-te amanhã cedo as 48 leis do poder, e considere-o sua -antecipada- prenda de aniversário.
Até breve.