terça-feira, dezembro 26, 2006

...É NATAL



Os raios do sol atravessam a cortina amarelo-ouro e namoram-me o rosto, no chão da cabeceira pedaços de vidro da taça que não resistiu ao vento…
· Na mente ainda ecoam as vozes da cantata que se estendeu pela madrugada

· Do porta retrato eu em outros tons… desvio o olhar de mim e concentro-o no relógio => 16:10 … estranha felicidade, poder dormir!

· O telefone toca insistentemente, é ela louca para dar sua opinião sobre o rascunho que ontem enviei,

· “Porque essa aposta na Fragmentação?” – pergunta

· Eu sou Mathaya, Mathaya é sinónimo de fragmentos.

· Após um e outro comentário mudamos de assunto e começamos então a falar de livros, não de economia nem de antropologia:

· ..falamos de poesia, ela disse-me que em sua última viagem à Europa comprara uns tantos clássicos, mas que ainda não entendera porque lhes chamavam clássicos, afinal o maior proveito que tirava deles era matar moscas…

· Falei da bienal de Luanda, de como me diverti na companhia de AA, dos livros que pagamos e não levamos connosco, santa distracção!

· Do calor insuportável no salão de exposição, que não tirou a simpatia do incansável Isabel… lembramos ainda dos dias em Gramado, das mochilas de livros na bienal de SP- compulsão!

· 110 minutos de conversa!! a amizade é algo espectacular, entre um liga e desliga, minutos antes do final lembramo-nos então do tradicional: FELIZ NATAL

· Ainda às voltas com o imaginário vem-me a gana de caminhar por Luanda, calço algo mais confortável, a tiracolo um skweeze e desço José Anchieta a baixo, vou digerindo então o cenário de uma Luanda esburacada e tranquila … é Natal!!!

quarta-feira, dezembro 20, 2006

AINDA A METAMORFOSE


Vi-a ontem pela marginal, com os olhos fixos no céu nublado, conhecendo-a como a conheço, estava diferente…
Observo-lhe o perfil: em seus olhos a melancolia, disfarçada em felicidade.
Quebro o evitável manto do silêncio e faço então a pergunta que me atormenta:
“..."?
Na resposta, um misto de ousadia e profecia…demasiadamente humana e totalmente avessa aos pecados da carne
Veio então o estado intermediário entre o quase tudo e o quase nada,
E somos pequenas demais para a imensidão da negra noite, da cidade, do pensamento, da dúvida…
O mundo ainda é a máquina em ruínas – uma maré de possibilidades…
[ paradoxo]
Me reconheço esquartejada pelo DEVIR, e a noite me engole, me digere, me transforma,
Vem então a lembrança, de que ainda estamos IN METAMORPHOSIS


segunda-feira, dezembro 18, 2006

WATTS BYTES


Do cálice que juntos brindamos
a saudade

Das aguas onde nadamos
a nostalgia

De tudo que ficou por acontecer
a melancolia

Do quase nós destruído, algum remorso

De você, ainda a mesma saudade
enRAIZada em watts, bytes

De você, ainda as madrugadas
das bem ás mal dormidas

Eu de você, ainda a INTENSIDADE
ainda a mesma saudade...


quarta-feira, dezembro 06, 2006

MY COFFEE TASTE BITTER TASTE!!



Todos os dias ao amanhecer tenho-te comigo, Duplo, forte, inspirador, fazes-me pensar intensamente, como poucas vezes penso em outro, ignoro tua origem e simplesmente deixo que me estimules, apraz-me sentir-te bruto e amargo, mas muitas vezes adocei-te para que também me adoce a vida, suave tomas conta de mim, e levas-me aos sonhos esquecidos… Lembro-me das vezes que te tive na solidão do anoitecer, com o olhar perdido no horizonte, quando de tudo, apenas restaram pedaços de mar, da Bahia da nossa Luanda, onde só tu e a negra gaivota, percebiam a solidão em meus olhos…
Sei das vezes que sofri, quando sofrível te tive, fruto da ingratidão da humanidade que acredita conhecer-te, quando quase nada sabe de ti, mas quanto a mim, tudo em ti me faz querer-te, querer-te quente como o verão nosso de cada dia, preto como a escura noite q anuncia um novo amanhecer, inspirador como o Amor…e volto a pensar em ti como poucas vezes penso em outro: MY COFFEE TASTE BITTER TASTE!!