quinta-feira, junho 24, 2010

PAI..

Pai, não completei a tarefa, e temo não teres como avalia-la, ontem parei tudo, e voltei a escrever palavras soltas, como sempre, despreocupada com as regras... Tudo porque ainda vivo essa dor, essa confusão, essa vontade de voltar, essa luta pelo sim e pelo não, ainda vivo a imcompreensão do perdão que caminha com a perda, a imcompreensão da profundidade do sentimento...
Pai, não é o fim em si que me fustiga, é o não ter mais onde me apoiar para caminhar, e por mais que me ofereça o ombro, nessa perspectiva de morte premeditada, não consigo nele me apoiar ... e temo que comece a sentir desventura no viver – nós que sempre quisemos bem viver!
Pai não terminei a tarefa, porque de dia sou firme e aguerrida, mas quando o sol se poe me apresento frágil, sofrida: a personificação da morte do sonho de tantos cacimbos..., pergunto-te novamente Pai: que perdão é esse que compactua com a perda?? Sei que dirás que humanamente tudo é possivel, mas eu me sinto totalmente impossibilitada de entender...
Ai Pai...

5 comentários:

KImdaMagna disse...

...como poderemos ultrapassar este dualismo, que nos rodopia os sentimentos? Fazer como Nietzsche preconizava, vagueando entre Apolo e Dionísio? O esquecimento poderá parecer frio, mas é eficaz.

xaxuaxo

ANNA MATHAYA disse...

quando não mais tiver condições de sofrer, ai sim, desisistirei, nºa pela falta de coragem em continuar a entender os duaslismos da vida, mas por não querer mais sofrer...
A.Math

Luis Gustavo Brito Dias disse...

- anna,
seus escritos são bárbaros.
agradeço pelas horas e horas de leitura.

abraço,

Marilena R. disse...

Gostei do seu texto *

Angola Debates e Ideias- G. Patissa disse...

Oi,ANNA MATHAYA admiro seu jeito profundo de escrever, acho que já o disse noutra ocasião. Hoje, também paro para deixar meu ombro virtual, sei bem o que é (não mais) ter pai. Haja forças!